Sujeição Eterna

                Há muitos anos o homem começou sua historia longa de dependência e servidão das coisas que povoam seu ambiente. O homem primitivo era escravo do fogo, das cavernas, da caça, da vida nômade, depois começaram a se “evoluir”, e então passou a ser escravo da pior e da melhor coisa que poderia lhe ocorrer: A tecnologia.

            Desde ai o sujeito não parou mais, veio as grandes navegações, revoluções, guerras, armamentos e essas coisas que costumam nos dizer que serviu para a transformação e evolução da sociedade. Mas eis que chegam os séculos XX e XXI, que dão aquela reviravolta no mundo dos terráqueos, o ser humano agora se torna subversivo ao tempo, ao relógio e a máquina.

            Inicia-se assim a jornada de esquecer-se das famílias, das vidas passarem em uns giros da terra, esquece-se de si mesmo, tempo é dinheiro. Contudo, penso que o maior mal já cometido, criado e utilizado atualmente pelo homem, é a tecnologia dos meios de comunicação. Pois é, claro que serviu para melhorar uma gama de coisas, mas tudo tem seu outro lado da moeda, e tem seu lado caprichado. Tem gente que agora anda com o celular enfiado na cara, às vezes é atropelado pelo carro, mas na maioria das vezes é atropelado pela vida. Iphone “50.000”, Ipads, Smartphone, android e por ai vai à lista dos moderninhos.

            Tenho um professor que costuma dizer que os celulares de hoje são invenção do inferno, é a tentação que faz você deixar de conversar com a pessoa ao lado, de aprender, ouvir as coisas boas e realmente importantes para ficar deslizando o dedo pela tela do “bendito”. E tem outra coisa, as pessoas precisam de um curso intensivo de “como se portar em redes sociais”, de cinco em cinco segundos posta uma foto, dando bom dia, boa noite, previsão do tempo, reclamar que está sem dinheiro, falar do que está comendo e participar de umas modinhas ridículas.

Infelizmente não se sabe usar coisas a favor de crescimento e da verdadeira evolução, a humanidade está entrando por um caminho ainda mais medíocre. Esse controle abusivo que a tecnologia tem sobre nos, cria cada vez mais pessoas que não conseguem enxergar o mundo ao seu redor, são as verdadeiras tábuas rasas da vida.

Fico matutando e chego à conclusão que daqui a algum tempo a humanidade se resumirá a pessoas sem nenhum tipo de conteúdo, e  assim retornaremos a época do Império Romano e ao famoso panem et circenses (pão e circo). A sociedade aceita ter seus olhos vendados a troco de míseros “10 parcelas de R$ 100.00, sem entrada e sem juros! Garanta já o seu e fique conectado!”. É muito difícil encontrar alguém por ai que está “ligado” no que acontece ao seu redor, que tenta mudar este status de hipocrisia e mediocridade, não ficar só pagando de moralista em rede social, que é a coisa que mais encontramos por ai.

O mundo está perdendo seu encanto, sua vida. Os sentimentos das pessoas se tornaram indiferente, morrem pessoas todos os dias, ficam doentes, passam por dificuldades, mas ninguém ta nem aí! A minha conexão da internet cerra meus olhos e meus ouvidos, cala a minha boca e eu fico satisfeito, e consequentemente me transformam em mais um fantoche do sistema.

 Há muito tempo, falava-se sobre a substituição do homem pelo robô, realmente, vejo que isto já está acontecendo há muito tempo. O robô pode até não ter virado homem, mas o homem, esse sim virou robô, mais uma máquina com número de serie e data de validade, que quando estragar descartaremos por ai, em qualquer lugar bem longe dos nossos pés!

"Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade". Albert Einstein

Nathália Dias.